Você tem uma ideia e resolve escrever. Parecia tão boa na sua cabeça, mas no papel… Você retrabalha o texto, ajusta aquela crase errada e troca aquela conjugação esquisita do verbo. Melhorou. E aí você faz o que faz com todos os seus textos: você engaveta. Depois de algum tempo a gaveta está tão lotada que os textos começam a escorregar de dentro dela. Para escrever só é realmente necessário uma caneta e uma folha de papel ou um teclado e uma tela. Já publicar exige um pouco de coragem.
Todo o escritor quer ser lido. Quer transmitir sua mensagem, sua verdade. Mas o medo da crítica ou de não haver valor na própria escrita paralisa. Então a gaveta engole seus textos e um dia tudo acaba numa lata de lixo. Quantos futuros escritores tem na memória de seu computador uma pasta cheia de histórias ainda a serem conhecidas?
A famosa história do escritor Franz Kafka diz que ele teria pedido ao seu amigo Max Brood que queimasse seus escritos após sua morte. Felizmente esse amigo decidiu publicá-los e ganhamos clássicos como “O Processo” e “O Castelo”. Será que você tem amigo assim? Vença essa gaveta e publique.
Um temor de muitos escritores iniciantes é não ser entendido pelos leitores. Um pequeno segredo: Ninguém vai sentir lendo o que você sentiu escrevendo. Alguns lerão Machado de Assis ou Ernest Hemingway e não verão o valor. Outros lerão o mais manjado romance de Sidney Sheldon e se emocionarão. Não há como realmente saber o que os leitores pensarão antes deles lerem. Você tem sua história, suas memórias. As outras pessoas têm as delas. Mas isso não é uma falta de habilidade na escrita. Isso, na verdade, é o que torna um livro algo incrível. A capacidade de algo despertar partes diferentes da mente das pessoas. Então faça um favor para todos e divulgue seu texto e, de modo generoso e sem medo, deixe os outros compartilharem o que você sente.
Se você tem coragem e paciência bata nas portas das editoras. Se prepare para as portas fechadas. Se você quer publicar de modo independente, procure seus amigos da Editora Peresin. E ainda há a opção de blogs, vídeos narrados no YouTube e outras plataformas. Você está colocando um pedaço de sua alma no seu texto. Você não vai querer deixar isso trancado em um armário ou em criado mudo.
Em homenagem a minha tia Luiza Azevedo Pampanelli Lucas.